30 de mai. de 2011

Editorial Veredicto Nº4



por Luiz Santiago


     É com muito prazer e pesar que apresentamos este Veredicto nº4 em caráter póstumo, como homenagem ao mestre Sidney Lumet, falecido a um mês. Suas obras diversas e apreciadas por muitos cinéfilos tiveram impacto decisivo na história do cinema. Sendo um dos primeiros diretores a estruturarem uma carreira firme entre a TV e o cinema, Lumet surgiu com 12 Homens e Uma Sentença e despediu-se com Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto, dois filmes maravilhosos. Mais uma vez, o nosso Júri de Cinéfilos empenhou-se para chegar ao Veredicto que hora temos. Confira o nosso Editorial Sidney Lumet abaixo. Uma boa leitura. 


Sidney Lumet

por Wesley PC


     A cena abaixo faz parte do clímax de Equus (1977), último filme do cineasta Sidney Lumet visto por mim, até então. Não sei se se pode falar realmente em clímax no que diz respeito a este filme, dado que experimentamos um verdadeiro périplo de extrema angústia diante desta obra excruciante e irregular, em que um psiquiatra que experimenta uma dolorosa crise matrimonial aceita averiguar que motivos levaram um jovem religiosamente perturbado a rasgar os olhos de seis cavalos com uma lâmina. Não preciso dizer que o filme como um todo, teatral até o limite do monologo direto para a câmera, é uma jornada de dor e confissão, em que a suposta redenção não se dá por outra via que não a do diálogo. E manutenção de diálogos enquanto profissão é uma das marcas registradas deste brilhante artesão hollywoodiano que morreu [este ano, no dia] 09 de abril, aos 86 anos de idade: Sidney Lumet entendia de pessoas que eram pagas para conversar! Foi assim no primeiro longa-metragem que dirigiu (12 Homens e uma Sentença, 1957), foi assim no filme que enfeita esta postagem, foi assim em sua ótima obra derradeira (Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto, 2007). Foi assim em seus clássicos que eu ainda não vi (Serpico e Rede de Intrigas), foi assim em suas quase unânimes obras-primas (Um Dia de Cão, 1975) e O Veredicto, 1982), foi assim em seus filmes que mais me feriram particularmente (Longa Jornada Noite Adentro, 1962) e (O Peso de um Passado, 1988) e foi até mesmo assim em seus filmes menos inspirados (Tudo o que Sempre Quis Ouvir, 1980) e (Glória – A Mulher, (1999).

Cena de Equus (Sidney Lumet, 1977).

     Apesar de todas as limitações que lhe foram impostas – e eventualmente aceitas – por Hollywood, portanto, Sidney Lumet soube deixar a sua marca impressa num cabedal de gênios. Por isso, quem realmente preza o Cinema [esteve de luto com sua morte], mas, se não esteve, é porque bem sabe que inteligências verdadeiras como esta não morrem. Ficam eternamente impressas em suas obras de arte! Assim sendo, descanse em paz, Sidney Lumet (1924-2011)!























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