28 de jul. de 2011

Veredicto Nº6: Orson Welles



APRESENTAÇÃO


por Letícia Magalhães
     
     Ator, produtor, roteirista, diretor, enérgico, brilhante, exigente. Como definir o homem de muitas faces que nos presenteou com aquele que é considerado o melhor filme de todos os tempos? Vítima de sua megalomania? Gênio incompreendido?


     Welles foi quem agitou Nova York no Dia das Bruxas de 1938, narrando A Guerra dos Mundos de H. G. Wells como se fosse um noticiário. Essa peripécia gerou-lhe um convite irrecusável para Hollywood. Ele inovou em todos os sentidos: seu primeiro filme tem uma narrativa não-linear, ângulos de câmera nunca vistos e um quebra-cabeça a ser desvendado. Tudo coroado por um final de simplicidade desconcertante, capaz de fazer o espectador praguejar pelo tempo perdido ou ficar com um incontrolável gosto de “quero mais”.
     Gosto que, quando se procura saciar, não se consegue completamente. Seus filmes posteriores não alcançam a magnitude de Cidadão Kane. Fracassos de bilheteria deram-lhe fama de diretor difícil e pouco acessível. Parte de suas produções foi mutilada sem dó pelos executivos do estúdio, assassinando a essência das películas. Outros filmes confirmam o rótulo de inacessíveis, pelo menos para o público de sua época de estreia. Adaptações criativas e profundas de Kafka e Shakespeare... e o elefante branco inacabado: Dom Quixote procrastinado por mais de 30 anos.
     Mágico desde a juventude, Welles nos presenteou com célebres truques de enquadramento em Kane, com ilusões de óptica em A Dama de Xangai e com seu poder de enganação no derradeiro Verdades e Mentiras. Ousado e criativo, vestiu o império romano de Exército fascista na montagem teatral de Júlio César e, no cinema, interpretou o alter-ego do poderoso William Raldolph Hearst, o amargurado e misterioso protagonista de Cidadão Kane e o nazista disfarçado de O Estranho, em que, para nossa surpresa , rabisca casualmente uma suástica enquanto fala ao telefone. Mas, acima de tudo, um cavaleiro da triste figura, com seu vozeirão inconfundível, responsável por narrações e personagens inesquecíveis, talvez vencido pelo sistema de estúdio, porém cujas criações, mesmo retalhadas, são absurdamente surpreendentes.

O VEREDICTO

1º Lugar (175 pontos)

CIDADÃO KANE

Citizen Kane




2º Lugar (162 pontos)

A MARCA DA MALDADE

Touch of Evil



3º Lugar (155 pontos)

A DAMA DE SHANGAI

The Lady From Shanghai



4º Lugar (151 pontos)

SOBERBA

The Magnificent Ambersons





5º Lugar (144 pontos)

O PROCESSO

The Trial





6º Lugar (130 pontos)

O ESTRANHO

The Stranger





7º Lugar (127 pontos)

VERDADES E MENTIRAS

F for Fake





8º Lugar (119 pontos)

FALSTAFF - O TOQUE DA MEIA-NOITE

Falstaff - Campanadas a Medianoche





9º Lugar (110 pontos)

OTHELLO




10º Lugar (95 pontos)

GRILHÕES DO PASSADO

Mr. Arkadin




FIM DO VEREDICTO Nº6

UMA REALIZAÇÃO:



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