31 de mar. de 2011

Especial Agnès Varda



Agnès Varda

Bruxelas – Bélgica, 30 de Maio de 1928


BIOGRAFIA

     Agnès Varda (cujo nome de batismo era Arlette Varda) formou-se em História da Arte na École du Louvre, e logo depois tornou-se fotógrafa oficial do Teatro Popular Nacional em Paris. Neste período, incentivada por Chris Marker e por Alain Resnais, realizou seu primeiro longa-metragem, La Pointe Courte (1954), um ensaio sobre a vida de um casal em uma vila de pescadores. Despontava ali como um dos grandes nomes do cinema francês.

     Seu trabalho é geralmente associado à 
nouvelle vague, e suas primeiras obras claramente apresentavam, de forma precursora, as tendências estéticas mais tarde adotadas pelos diretores daquele movimento. Entretanto, seus filmes mantém de forma intensa uma forte relação com sua perspectiva bastante particular, bastante idiossincrática do mundo - e portanto resistem a paradigmas de movimentos e tendências artísticas no cinema.

     Ora em dramas de longa metragem, ora em documentários e curtas, Varda aborda temas e levanta questões em torno do envelhecimento e do erotismo, da morte e do passar do tempo, do inconsciente coletivo e dos tabus sociais, do feminismo e das lutas raciais, geralmente ultrapassando as fronteiras da França e trazendo para sua arte o cosmopolitismo de suas origens: filha de um refugiado grego, nascida na Bélgica, ela filmará em Cuba, nos Estados Unidos, no Irã, além da própria França.

     O formato documental, tão caro a ela, é simultaneamente utilizado e desconstruído. Ainda que vários de seus filmes sejam considerados documentários, no sentido estrito do termo, há neles uma proposital sabotagem da objetividade típica do gênero, ao mesmo tempo em que Varda oscila entre a seriedade e a jocosidade, fazendo com que seus filmes pertençam a uma categoria inteiramente distinta.


     Autora de uma vasta obra, em parte construída em parceria com seu marido e também diretor, Jacques Demy, Varda foi o que podemos chamar de "artista engajada". Seus filmes, alinhados à perspectiva esquerdista da "rive gauche" do cinema francês (grupo ao qual se filiavam também Resnais e Marker), mostram uma grande preocupação com questões políticas e sociais. E, se esteticamente ela oscilava entre o realismo e o simbolismo, eticamente seu trabalho sempre foi calcado em um profundo humanismo e em uma visão fundamentalmente progressista.

FILMES


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