26 de out. de 2011

As Flores de Kirkuk (Golakani Kirkuk)




por Luiz Santiago

     A opção de aliar um filme político a um drama amoroso e sentimental funcionou pouquíssimo em As Flores de Kirkuk (2010). A película tem semelhanças com os enredos novelísticos, e por isso mesmo, torna-se insuportável em alguns momentos. A trama central é a história de uma médica que volta para o Iraque em pleno governo de Saddam Husseim, nos anos 1980, para procurar o seu amado. Nesse ponto específico, o filme se assemelha a Um Estranho em Minha Casa, filme egípcio de teor político que também usa o amor como uma das faces narrativas da história.

     As idas e vindas entre os casais, e a interpretação bufona de algumas atores torna certas passagens do filme risíveis ou constrangedores, um resultado péssimo para uma obra cuja função seria a de dialogar com a vítimas e interessados nos eventos do massacre dos curdos no Iraque.

     É desse roteiro potencialmente relevante, com uma linha romântica desnecessária e subtramas mal resolvidos que As Flores de Kirkuk tira a sua fraqueza. Todavia, o filme vale como curiosidade cinematográfica sobre o assunto. Nada mais, nada menos.


* Filme visto na 35ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.


AS FLORES DE KIRKUK (Golakani Kirkuk, Suíça, Itália, 2010)
Direção: Fariborz Kamkari
Narrador: Morjana Aaloui, Ertem Eser, Mohamed Zouaoui, Mohammed Bakri.



FILME REGULAR. ASSISTA SE TIVER TEMPO.

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