14 de jul. de 2011

Especial Harry Potter: Os Professores


por Luiz Santiago


     Em uma análise mais pontual sobre o fenômeno Harry Potter e sua constituição, percebemos que muito da sociedade britânica, suas regras, códigos e modelos de vida passaram para os livros, e por tabela, para os filmes também. A educação e o papel dos professores na vida dos bruxos é algo de suma importância, se olharmos com maior atenção. A vida acadêmica é algo muitíssimo valorizado em toda a saga, e percebemos que a maioria dos aurores, todos os diretores de Hogwarts (de Eoessa Sakndenber a Minerva McGonagall) e dos membros do alto escalão do Ministério da Magia estiveram, de alguma forma, ligados à carreira acadêmica, seja como monitores das casas, professores temporários, treinadores, guias, ajudantes de professores ou eventos / tarefas, etc.

     Sabemos da existência de outras Escolas de Magia no mundo, e duas delas ficaram famosas em O Cálice de Fogo. Do Instituto Durmstrang (dirigido por Ígor Karkaroff, um ex-comensal da morte), não se tem boas referências, pois sabe-se que lá existe o Ensino de Arte das Trevas e o Instituto admite apenas bruxos de Sangue Puro. Da Academia de Magia Beauxbatons (dirigida por Olímpia Maxime, uma meia-gigante) não se tem muitas referências a não ser o grande apreço pela beleza que pontua tudo o que a escola faz – inclusive no nome, se formos traduzir literalmente: beaux / batons = bonitas varinhas. Mas a Escola de Magia de Hogwarts é o grande destaque no mundo dos bruxos. Primeiro, porque lá estudou Tom Riddle, que futuramente seria conhecido como Voldemort; depois, porque lá estudou, ensinou e se tornou diretor um dos maiores bruxos de todos os tempos, Alvo Dumbledore; e por fim, porque lá estudou “o menino que sobreviveu”: Harry Potter. Todos esses elementos fazem de Hogwarts uma escola famosa, e claro, o centro das atenções da saga. Mas tão importante quanto a história da Escola, é a epopeia dos professores que por ela passaram, o tema central desse texto. Bem, devido a enorme quantidade de professores da escola, é impossível escrevermos um artigo de tamanho racional a ponto de dar conta de todos, por isso, optei por destacar uma única disciplina, e fazer um apanhado bem detalhado dos professores que por ela passaram.

     De todas as disciplinas, a Defesa Contra as Artes das Trevas é a que mais teve professores em exercício, nos sete anos de curso de magia que acompanhamos. O motivo é que Voldemort tem um prestígio enorme por essa “ciência”, e sob sua liderança, pretende gerar um exército invencível de comensais da morte, por isso sempre tenta inserir-se (ou a um de seus seguidores) como professor titular da matéria. O professor Quirrell (interpretado por Ian Hart) é quem abre o hall que mestres dessa disciplina. Sua única aula de destaque é a que ensina o feitiço do Morto-Vivo, e o seu fim é trágico, posto que abrigava um deformado Voldemort em seu próprio corpo.

     No segundo ano temos o orgulhoso Gilderoy Lockhart (muito bem interpretado por Kenneth Branagh). Ele é responsável por ensinar o feitiço do Homorfo e da Gagueira, mas o grande episódio de suas aulas foi quando levou os Diabretes da Cornualha para a aula e não conseguiu paralisá-los. No filme, esse é um dos episódios mais engraçados. A personalidade egocêntrica do professor faz dele um dos mais odiados pelos meninos, e pelo seu charme, adorado pela meninas. É um dos poucos professores dessa matéria que é apresentado antes da chegada dos alunos à escola (nesse caso, quando dá autógrafos numa loja do Beco Diagonal). O fim de Lockhart também não é louvável, pois ele tenta obliviar Harry e Rony com uma varinha quebrada (ele sempre foi um péssimo mago, uma grande farsa na educação) e acabada perdendo a memória, sendo internado permanentemente no hospital St. Mungus.


     O terceiro ano foi o mais produtivo para os alunos nessa disciplina, porque teve como mestre o professor-lobisomem Remo Lupin (uma maravilhosa interpretação de David Thewlis) em O Prisioneiro de Azkaban. Aparentemente Lupin não é um professor a que se dê muito crédito, mas seu vasto conhecimento já é percebido após a fuga dos dementadores, ainda no trem para Hogwarts. Sua grande competência no ensino da disciplina deixa uma série de alunos descontentes, pois passam a ser mais cobrados em uma matéria até então “abandonada”. O tema do terceiro ano é “Criaturas das Trevas”, e Lupin ensina os alunos a lidarem com bicho-papão (o episódio que entra para o filme, outro ponto cômico vindo dessa disciplina), grindylows, barretes-vermelhos, kappas, vampiros, hinkypunks e lobisomens. Por ser um lobisomem e por ter sua identidade revelada, Lupin acaba deixando a disciplina ao fim do terceiro ano. Vale ainda lembrar que o professor foi um dos Marotos quando era jovem (com o apelido de Aluado), e após sua carreira de professor em Hogwarts fez parte da Ordem da Fênix, casou-se com Tonks, e morreu ao lado da esposa, na batalha final de As Relíquias da Morte. O filho do casal foi criado pelo avô e pelo padrinho Harry Potter.

     Alastor “Olho Tonto” Moody é o professor do quarto ano, interpretado por Brendan Gleeson. O impasse nesse caso é que as aulas do ano inteiro não são ministradas pelo verdadeiro “Olho Tonto”, mas sim por Bartô Crouch Jr., sob os efeitos da poção polissuco. Ao fim do ano, a farsa é descoberta e o verdadeiro professor é libertado. Nesse ano, dada a natureza de quem ministrava as aulas (um comensal da morte) o tema foi as “Maldições Imperdoáveis”, e a maldição Imperius chegou a ser lançada em um dos alunos. O verdadeiro “Olho Tonto” Moddy é um grande bruxo. Ironicamente é dele a ideia de usar a poção polissuco para despistar os comensais da morte, criando os “Sete Potter”, já no início de As Relíquias da Morte. O professor mantinha de longa data o cargo de Auror do Ministério da Magia, foi um respeitado membro da Ordem da Fênix, morrendo na missão dos “Sete Potter”.

     Numa maravilhosa interpretação da atriz britânica Imelda Stauton (indicada ao Oscar em 2005 pelo seu papel em O Segredo de Vera Drake), Dolores Umbridge é a responsável por essa disciplina no sexto ano. Com o objetivo de fazer com que os alunos não aprendessem a usar feitiços, suas aulas são terrivelmente teóricas, o que faz com que Harry Potter crie a Armada Dumbledore, a fim que ele mesmo ensinar aos amigos. Se considerarmos essa atividade, podemos dizer que Harry Potter também foi professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Além de professora, Umbridge acumula nesse ano o cargo de Alta Inquisidora e, por um curto período de tempo, Diretora de Hogwarts. Conseguiu ser uma professora mais impopular e odiada do que o sombrio professor de Poções (que sempre almejou lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas) Severo Snape (que chega a assumir o cargo no sexto ano da série, enquanto Horácio Slughorn, assume a disciplina de Poções.).

     Em tempo: da geração de Potter, apenas Neville Longbotton se torna um professor (de Herbologia), como podemos ver ao fim do último capítulo de As Relíquias da Morte – um dos mais emocionantes de toda a série. Os professores de Hogwarts são pessoas influentes no meio bruxo (embora haja exceções como Firenze  o centauro que divide a cadeira de adivinhação com a professora Sibila Trelawney –; Professor Binns – o único fantasma do corpo docente, professor de História da Magia, etc.), e sempre tiveram papel de destaque nos livros e filmes, uma ótima colocação de J.K.Rowlling ao papel dessas pessoas que se dispõem a dividir o conhecimento com os outros e assim mudarem o rumo da história, mesmo que seja num mundo mágico.


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