por Gilberto Carlos
Se estivesse vivo, Akira Kurosawa teria completado no dia 23 de março de 2011, 101 anos. O diretor fez sucesso no mundo inteiro, mas não era muito querido em seu país natal, o Japão, por isso tentou o suicídio em 1970 quando não conseguiu financiamento para um filme, e no final da carreira foi ajudado por alguns diretores americanos que eram seus fãs, como Spielberg, Coppola e Scorsese, que o ajudaram a conseguir dinheiro para “Sonhos” e “Kagemusha”.
O sucesso de Kurosawa aconteceu em 1950, com seu 12º filme, “Rashomon” - que ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza - e conta uma intrigante história sobre a “verdade”, ou que tudo depende do ponto de vista, já que vários personagens contam sua versão para uma mesma história, o que foi muito repetido nas décadas seguintes.
No entanto, Kurosawa dirigiu vários outros sucessos, como “Os sete samurais” que foi adaptado nos Estados Unidos com o nome de “Sete homens e um destino”; “Trono manchado de sangue” (Baseado em Macbeth de Shakespeare); “Dersu Uzala”; “Kagemusha”; “Ran” (baseado em Rei Lear também de Shakespeare); “Sonhos” (vários episódios belíssimos que parecem pintura, já que Kurosawa começou sua carreira como pintor e ilustrador de revistas) e Madadayo, seu último e autobiográfico filme.
Cena de "Sonhos" (1990) - Akira Kurosawa |
O diretor faleceu em setembro de 1998, quando acontecia o Festival de Veneza, que o havia revelado para o Ocidente. Agora na comemoração de seu centenário, várias homenagens lhe são rendidas merecidamente, inclusive com a exibição de seus filmes.