Alfred Hitchcock
Londres, 13 de Agosto de 1899 – Los Angeles, 29 de Abril de 1980
BIOGRAFIA
Hitchcock é um dos cineastas mais comentados, biografados e reverenciados de todos os tempos. É difícil escrever sobre ele sem a sensação de estar repetindo o que todos sabem, ou pelo menos o que todos deveriam saber há muito tempo. Mais difícil ainda é buscar novos ângulos para a análise de suas obras e de sua vida.
Ele já foi tratado como um simples artesão, como um mero empregado dos estúdios, repetindo a mesma fórmula para garantir bilheterias, mas também já foi alçado à condição de gênio, de grande autor, principalmente depois que os franceses da Nouvelle Vague (Truffaut à frente) promoveram uma releitura respeitosa (e quase sempre precisa) de seus principais filmes. Então, quem é o verdadeiro Hitchcock?
Antes de tudo, era um trabalhador do cinema. No sentido proletário do termo. Ao contrário dos diretores da atualidade, que são empresários, muitas vezes multi-milionários, e que se envolvem diretamente na produção de seus filmes, Hitchcock manteve sua vida dentro da câmara, preocupando-se, essencialmente, com o que o público assistiria. Decidir o enquadramento sempre foi mais importante que decidir o orçamento. Talvez por isso, ele conseguia imprimir aos seus filmes um caráter, ao mesmo tempo, autoral e popular. Ele dominava a linguagem e conhecia como ninguém os recursos técnicos que a indústria poderia lhe proporcionar, mas parecia sempre mais disposto a brincar com o público (inclusive aparecendo rapidamente em seus filmes) do que a agradar aos chefões.
Hitchcock nasceu na Inglaterra, teve uma rígida educação jesuíta e pretendia seu engenheiro, mas acabou, ainda bem jovem, desenhando legendas de filmes mudos numa produtora londrina. Na década de 20, com o cinema ainda numa fase romântica, a diferença entre desenhar legendas e dirigir um filme ainda não era tão grande. Depois de um breve período de aprendizado, como assistente de direção e montador, em 1925 fez seu primeiro filme, nunca concluído, The pleasure garden, obra ainda medíocre. Em 1926, contudo, já assina The Lodger, uma história com Jack, o Estripador, demonstrando grande talento. Daí por diante, não parou mais de filmar.
Sua "fase inglesa" vai até 1949, quando David Selznick o leva para os Estados Unidos. Em Hollywood, a personalidade reservada de Hitchcock, pouco afeita a festas e badalações, contribuiu para criar a sua aura de "senhor do suspense e do mistério". Na verdade, o que ele queria era filmar. E filmava como ninguém. Já começou ganhando um Oscar com Rebecca, e foi afirmando-se como um cineasta capaz de extrair bons filmes até de argumentos fracos.
Como sua produção era muito extensa, e sempre no ritmo ditado pelos estúdio, teve momentos de maior ou menor qualidade. Mas quem vai negar os acertos de Psicose, Vertigo, Disque M para matar, Os pássaros, Intriga internacional e O homem que sabia demais? O estilo de Hitchcock, que combina realismo na ação, uma certo maneirismo na construção dos personagens e extrema inventividade na narrativa visual (resultante, antes de tudo, de uma decupagem brilhante e sofisticada), já foi muito copiado, mas, como acontece com obras e autores de exceção, não pode servir de paradigma para ninguém. Hitchcock foi um dos grandes. E ponto final. (Fonte: Revista Zaz).
Ele já foi tratado como um simples artesão, como um mero empregado dos estúdios, repetindo a mesma fórmula para garantir bilheterias, mas também já foi alçado à condição de gênio, de grande autor, principalmente depois que os franceses da Nouvelle Vague (Truffaut à frente) promoveram uma releitura respeitosa (e quase sempre precisa) de seus principais filmes. Então, quem é o verdadeiro Hitchcock?
Antes de tudo, era um trabalhador do cinema. No sentido proletário do termo. Ao contrário dos diretores da atualidade, que são empresários, muitas vezes multi-milionários, e que se envolvem diretamente na produção de seus filmes, Hitchcock manteve sua vida dentro da câmara, preocupando-se, essencialmente, com o que o público assistiria. Decidir o enquadramento sempre foi mais importante que decidir o orçamento. Talvez por isso, ele conseguia imprimir aos seus filmes um caráter, ao mesmo tempo, autoral e popular. Ele dominava a linguagem e conhecia como ninguém os recursos técnicos que a indústria poderia lhe proporcionar, mas parecia sempre mais disposto a brincar com o público (inclusive aparecendo rapidamente em seus filmes) do que a agradar aos chefões.
Hitchcock nasceu na Inglaterra, teve uma rígida educação jesuíta e pretendia seu engenheiro, mas acabou, ainda bem jovem, desenhando legendas de filmes mudos numa produtora londrina. Na década de 20, com o cinema ainda numa fase romântica, a diferença entre desenhar legendas e dirigir um filme ainda não era tão grande. Depois de um breve período de aprendizado, como assistente de direção e montador, em 1925 fez seu primeiro filme, nunca concluído, The pleasure garden, obra ainda medíocre. Em 1926, contudo, já assina The Lodger, uma história com Jack, o Estripador, demonstrando grande talento. Daí por diante, não parou mais de filmar.
Sua "fase inglesa" vai até 1949, quando David Selznick o leva para os Estados Unidos. Em Hollywood, a personalidade reservada de Hitchcock, pouco afeita a festas e badalações, contribuiu para criar a sua aura de "senhor do suspense e do mistério". Na verdade, o que ele queria era filmar. E filmava como ninguém. Já começou ganhando um Oscar com Rebecca, e foi afirmando-se como um cineasta capaz de extrair bons filmes até de argumentos fracos.