7 de set. de 2011

Vincent de Tim Burton



por Luiz Santiago


     Em seu sexto filme, Vincent (1982), o legítimo cineasta expressionista de nossos tempos reafirma a sua linha macabra e ao mesmo tempo sensível de fazer cinema, prática adotada desde a sua estreia em A Ilha do Dr. Agor (1971), adaptação de um clássico de H. G. Wells.

     A história do garoto Vincent, que admira e gostaria de ser como Vincent Price (ator de inúmeros filmes clássicos de terror) é uma animação que mostra tanto as diversas fantasias da infância, com mundos impossíveis, monstros e situações de extremos perigo, quanto o mundo obscuro de uma alma jovem aparentando ter o quíntuplo de sua idade. Vincent é um garoto que traz a atmosfera sombria de sua imaginação para a vida real, e isso narrado pelo próprio Vincent Price é mais que um presente para o espectador.

     Edgar Allan Poe, Vincent Price e Tim Burton juntos só poderia gerar um produto nada comum e, em uma única palavra, medonho. Mas o filme é bem mais que isso. Ao mesmo tempo que mostra o domínio do mal, mostra a fraqueza dos seres humanos em ceder, e a pouca importância que os adultos dão ao que ouvem das crianças. É interessante como essa marca da perturbação infantil perdurará nos filmes do diretor, e se estenderá também para a sua obra literária e plástica. Vincent é um filme de sombras e sobre as sombras. Um filme terrivelmente imperdível.


VINCENT (EUA, 1982)
Direção: Tim Burton
Elenco (voz): Vincent Price


FILME ÓTIMO. É IMPERDÍVEL ASSISTI-LO!

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