18 de ago. de 2011

A Batalha do Planeta dos Macacos (1973)



por Ritter Fan


     Depois de ver com olhar de 'Metido a Crítico' A Conquista do Planeta dos Macacos, filme que poderia ter sido realmente muito bom - mesmo com o baixíssimo orçamento - se os roteiristas não tivessem sido preguiçosos, eu não esperaria nada mais da parte final dos filmes clássicos que não uma mixórdia total. Mas, por incrível que pareça, apesar da mixórdia estar presente e de maneira gritante, os produtores conseguiram manter um certo equilíbrio e fechar a "pentalogia dos macacos" de maneira minimamente razoável com A Batalha do Planeta dos Macacos.


     Haverá inevitáveis 
SPOILERS dos filmes anteriores em seguida.

     O filme começa 10 anos depois dos acontecimentos de"
Conquest" e mostra César (Roddy McDowall), filho de Cornelius e Zira, como líder de uma aldeia em que um frágil equilíbrio entre macacos e homens existe. Ele está casado (ou seja lá o que macacos fazem nessa área) com Lisa (Natalie Trundy), a macaca que fala no filme anterior e com ela tem um filho, Cornelius. O gorila General Aldo (Claude Akins) não está muito satisfeito com a benevolência de César com os humanos e planeja um golpe de Estado. Mas a confusão começa de verdade quando César é informado pelo humano MacDonald (Austin Stoker, mas vivido por outro ator no filme anterior) que há informações sobre os pais de César na Cidade Proibida (ruínas nucleares de uma cidade humana). César e um grupo próximo de aliados viaja para a cidade para recuperar essas informações e bate de frente com o Governador Kolp (Severn Darden), da Cidade Proibida, um humano mutante afetado pela radiação (semelhante aos humanos de "Beneath"). Por outro lado, o General Aldo vê isso como uma perfeita oportunidade para precipitar seu golpe militar.

     Um dos problemas desse filme é que, obviamente, ele parte do final "feliz" de "
Conquest" e não do tenebroso. Assim, a convivência entre humanos e macacos, que começou com uma guerra, agora fica parecendo a tranquilidade da aldeia dos Smurfs. Além disso, o roteiro exige que nós aceitemos que, em 10 anos, diversos outros símios, de várias espécies e nenhum deles descendentes de César, aprenderam a falar (e, ainda por cima, fluentemente) e aprenderam a costurar roupas, construir casas e a viver em sociedade de maneira muito semelhante (até demais) aos humanos. Eu aceitaria que tudo isso acontecesse ao longo de séculos (na verdade milênios) mas em 10 anos é um pouquinho demais. E, como se isso não bastasse, temos que acreditar também que, por alguma razão qualquer, houve uma guerra nuclear nesse meio tempo e que ela não atingiu os macacos e fez o homem reverter a um estágio quase Neanderthal. Daí eu ter mencionado que a preguiça do roteiro de "Conquest" ganhou novos contornos em "Battle
".

     Mas há um lado bom também. Para começar, "
Battle" é um filme encapsulado em uma aula do Lawgiver, 600 anos no futuro. Ou seja, o filme começa como uma narração do Lawgiver, um orangotango vivido por John Huston, e termina ali também, revelando um final que definitivamente não é surpreendente mas que demonstra um mínimo de competência cinematográfica. Aliás, essa escolha permite até - com benevolência - que relevemos completamente as incongruências do roteiro pois, se o Lawgiver está contando uma história de 600 anos, ele está quase que contando uma lenda, em que os detalhes se perderam ou não são tão importantes.


     Outro aspecto que vale em "Battle" é o tratamento da relação chave entre César, Aldo e Cornelius. O diretor J. Lee Thompson, responsável pelo filme anterior, e o roteirista Paul Dehn (responsável por todos menos o primeiro da série, que ficou a cargo do brilhante Rod Serling) não escolheram o caminho mais fácil. Foram até as últimas consequências para mostrar um final minimamente competente para uma série que poderia ter acabado no terceiro episódio.


A BATALHA DO PLANETA DOS MACACOS (Battle for the Planet of the Apes, EUA, 1973)
Direção: J. Lee Thompson
Elenco: Roddy McDowall, Claude Akins, Natalie Trundy, Severn Darden, Lew Ayres, John Huston, Paul Williams, Austin Stoker, Noah Keen, Richard Eastham, France Nuyen




FILME BOM. RECOMENDAMOS ASSISTIR.

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