7 de jul. de 2011

Max, Meu Amor (1986)


por Luiz Santiago


    Depois de produzir tantos filmes de Buñuel, Serge Silberman parece não ter estranhado nem um pouco a peculiar comédia surgida de uma ideia de Jean-Claude Carrière, cuja direção foi entregue a Nagisa Oshima. A história do filme em questão, Max, Meu Amor (1986) é digna de ser considerada buñuelista, e apresenta notável semelhança conceitual e de gênero com O Discreto Charme da Burguesia (1972), descortinando as aparências e a hipocrisia da vida em sociedade. O filme passa por temas que vão do questionamento da masculinidade ao cerne da improvável comédia surrealista.

     A aceitação do macaco na família vai passando por diversos estágios e o surpreendente final, embalado pela maravilhosa música de Michel Portal, fecha com chave de ouro esse filme surpreende. Uma película esquecida e menosprezada de Nagisa Oshima, um grande esteta japonês, da geração do “Cinema Novo” em seu país. Todo o elenco está absolutamente perfeito, mas é a divina Charlotte Rampling quem brilha como um sol, nesse filme. Os olhos, a pele e o batom vermelho sob a iluminação clássica de Raoul Coutard faz dela um evento à parte. Filme que traz, numa nota de absurdo, um questionamento (ou desvirtude) à família, à religião e uma série de motivos psicanalíticos. Uma obra-prima.


MAX, MEU AMOR (Max, Mon Amour, França, EUA, 1986)
Direção: Nagisa Oshima
Elenco: Charlotte Rampling, Anthony Higgins, Victoria Abril, Anne-Marie Joubert, Nicole Calfan, Pierre Étaix, Bernard Haller, Sabine Haudepin, Christopher Hovik, Frabrice Luchini


FILME ÓTIMO. É IMPERDÍVEL ASSISTI-LO!



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